quarta-feira, 2 de abril de 2008
Morremos aos poucos...
Morremos. Um bocadinho de cada vez, os dois ao mesmo tempo, vamos morrendo. Morremos em cada frase que forçamos inócua, em cada espaço vazio onde apenas sobrevive a respiração, em cada silêncio quebrado apenas pela vontade que o outro diga mais, alguma coisa, disseste alguma coisa? não. pareceu-me. mas não disse, estava só a pensar. em quê? em nada. ah. Qualquer coisa que seja mais do que coisa inócua, mas que não seja coisa amarga, qualquer coisa que quebre o gelo mas não doa, vamos morrendo mas conversamos sobre o tempo e a chuva docemente, para não perturbar o momento, já não é em bicos dos pés, é pairando mesmo; como se pairando sobre as coisas as torne menos silenciosas. A distância é assim, alimenta-se sozinha, não precisa de mais nada senão de existir para crescer. E cresce!
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